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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Para que serve a bandagem esportiva, opção que alivia dores e trabalha articulações de atletas

Especialista explica a diferença entre a elástica e a rígida e como são aplicadas
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Os cinco anéis olímpicos não foram o único atrativo colorido nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012: atletas também foram alvo de olhares ao pisarem em quadra com fitas adesivas de diferentes tonalidades aplicadas sobre a pele. Desenvolvida por um quiropraxista japonês na década de 1970 e comum entre esportistas, a bandagem esportiva — ou Kinesio Taping, como é popularmente conhecida — busca corrigir movimentos e aliviar a dor e ficou cada vez mais popular desde então. Mas será que essa moda é realmente terapêutica?

— A fita estimulam o controle motor, o fluxo sanguíneo e a sensibilidade do córtex, deixando-o mais ativo, o que contribui para a diminuição da dor, por exemplo — explica o fisioterapeuta Gustavo Portella dos Santos.

O especialista, professor do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), é interrogado constantemente por pacientes se esse tipo de artefato pode substituir medicamentos, mas ele afirma que as fitas são apenas complementos dentro de uma terapia — e não um método único de tratamento.

— A bandagem é eficiente para combater a dor, mas não há comprovação de que ela previne lesões ou de que aumente a força muscular e o condicionamento físico — esclarece Gustavo.

Ainda que David Beckham tenha despertado a curiosidade do público ao aparecer com uma fita cor-de-rosa aplicada às costas durante uma partida de futebol, a bandagem colorida não é a única opção de fita terapêutica. A bandagem rígida — Mcconnell Taping — foi desenvolvida por uma australiana a fim de ajudar na estabilização e na alteração biomecânica de articulações, corrigindo movimentos feitos de forma incorreta ou que causam dor.

Alberto Franco, fisioterapeuta das Categorias de Base do Sport Club Internacional, diz que a tensão é um fator relevante para diferenciar os dois tipos de fitas.

— Na elástica podemos dar uma determinada tensão de acordo com a patologia, o local e o objetivo. Na rígida, isso não é possível, devido a menor flexibilidade do material — afirma Alberto.

Apesar das diferenças, os dois tipos de bandagens devem ser colocadas conforme a necessidade do atleta e, por isso, o indicado é que a aplicação seja feita por um profissional com certificação do método, que saberá avaliar cada caso. Ainda que a autoaplicação seja uma alternativa para atletas que utilizam o mecanismo com muita frequência, o paciente precisa ter cautela e seguir as orientações de um especialista.

— A bandagem mascara a dor, o que faz com que o atleta tenha dificuldade para perceber possíveis problemas que requerem tratamento — ressalta Gustavo.

Um estudo liderado por Leonardo Tartaruga, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), provou a importância do acompanhamento profissional ao observar jogadores de futebol durante uma partida. O pé dos esportistas que autoaplicaram a bandagem de forma incorreta executou movimentos que poderiam ter levado a uma torção, o que não ocorreu no caso daqueles que ignoraram o uso da fita ou que a aplicaram com a ajuda de um especialista.

Feita com material hipoalérgico — tem menor risco de causar reações alérgicas —, a tira adesiva de algodão é indicada para uso a curto prazo. A recomendação é de que a bandagem seja utilizada por, no máximo, três meses, com um dia de intervalo a cada semana, para que a pele e as articulações possam descansar.

Elas estarão de volta na Olimpíada de 2016

A maioria das 42 modalidades dos Jogos Olímpicos, que ocorrem de 5 a 21 de agosto do próximo ano, no Rio de Janeiro, permite que o atleta faça o uso de bandagens durante as provas. Gustavo explica que as fitas esportivas não podem ser consideradas uma alternativa para o "doping" pelo fato de que não aumentam a resistência ou o condicionamento físico.

Entretanto, há esportes que exigem normas individuais para que o artefato possa ser utilizado. No boxe, por exemplo, a bandagem aplicada na mão e no punho do atleta, específica para a modalidade, é feita por um profissional da comissão olímpica. Na natação, o uso é proibido devido ao material que pode se soltar na água e atrapalhar a prova do adversário. Além disso, a exigência abrange até mesmo a cor da bandagem, que pode interferir na estética dos uniformes de ginastas olímpicas, por exemplo.

Fonte: ZH Bem-Estar

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Xilitol, aspartame, estévia ou sucralose: conheça os prós e contras de cada adoçante

Saiba do que são feitos e as indicações e contraindicações dos principais produtos
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Na hora de adoçar o cafezinho, qual é a sua opção favorita? Açúcar ou adoçante?Se o primeiro é apontado como o vilão da boa alimentação, só resta apostar na segunda opção. Certo?
A resposta é: nem sempre.

— O adoçante é uma boa opção para reduzir a caloria da dieta. Então, quem usa líquidos adoçados com uma grande quantidade de açúcar, pode usar o adoçante — explica doutora em Ciências Médicas pela UFRGS, nutricionista clínica e professora da Unisinos Ana Harb.

Entretanto, o consumo deve ser moderado.

— Eu recomendo adoçantes só em casos de necessidade especiais, como o da diabetes e da obesidade — diz a nutricionista Rochele Quadros.

Ela revela que estudos feitos em animais mostraram que o consumo excessivo de produtos à base de sacarina e ciclamato podem provocar câncer.

— Quando indico, dou preferência para os adoçantes naturais, tal como o de estévia — recomenda.

Já a nutricionista clínica e doutora em Epidemiologia pela UFRGS Francisca Mosele sugere tirar aditivos de sabor da alimentação:

— Estimulo as pessoas a conhecerem o verdadeiro sabor dos alimentos.

Para ela, cafezinho é puro e uma limonada, por exemplo, deve ser adoçada com mel ou açúcar mascavo.

Para quem não deixa os adoçantes de lado de maneira nenhuma, conheça os mais populares e saiba quem pode e quem não pode consumi-los.

Aspartame
Este adoçante foi descoberto nos anos 1960 e possui um sabor muito semelhante ao do açúcar refinado. De acordo com Francisca, é indicado para dietas que restringem o açúcar. É contraindicado para portadores de fenilcetonúria, gestantes e lactantes. Composição: ácido aspártico e a fenilalanina, unidos com pequena quantidade de metanol.
Características: tem poder adoçante 200 vezes maior do que a sacarose. Sensível ao calor, perde o poder adoçante quando submetido a altas temperaturas.

Ciclamato

Foi descoberto em 1939 e, também, tem gosto semelhante ao do açúcar, deixando um leve sabor residual. Ele não é metabolizado pelo organismo. Segundo Francisca, não existem dados suficientes para a indicação em gestantes, lactantes e crianças. Como possui sódio, deve ser evitado por hipertensos.
Composição: Ciclo-hexilamina (derivado do petróleo)
Características: tem poder de adoçar 40 vezes maior que o açúcar e não perde esta qualidade quando submetido a altas ou a baixas temperaturas.

Estévia
Muito difundida no Japão, foi descoberta em 1905. Segundo Ana, não possui contraindicações e não produz cáries. Também não é metabolizada pelo corpo. Apesar de ser natural, também possui desvantagens:
— O consumo de estévia altamente refinada pode estar associada a alterações no sistema gastrintestinal como náuseas, sensação de plenitude gástrica e inchaço. Composição: extraído de uma planta nativa da América do Sul conhecida como Stevia rebaudiana.
Características: é bem doce, tem poder 300 vezes maior que o açúcar. Mantém-se estável tanto em altas quanto em baixas temperaturas.

Sacarina
Sua descoberta data de 1878 e foi o primeiro adoçante sintético que se tem notícia. Assim como o ciclamato, não é metabolizado pelo organismo. Mantém-se estável mesmo em altas temperaturas. Apesar de ser um adoçante, estudos feitos em animais revelaram que ele pode contribuir para o aumento de peso e obesidade. É contraindicado para gestantes, lactantes e crianças.
Composição: produzida a partir do tolueno
Características: poder adoçante 500 vezes maior do que o açúcar, com grande sabor residual amargo.

Sucralose
Este adoçante foi descoberto em 1976 e é considerado o mais seguro, atualmente, segundo Ana. É muito utilizado em refrescos, adoçantes de mesa, sobremesas instantâneas e conservantes. Também não é metabolizado pelo organismo e é eliminado pela urina e pelas fezes após 24 horas. Não produz cáries. Há relatos de associação do consumo com casos de dor de cabeça e enxaqueca, aponta Francisca.
Composição: feito a partir do açúcar
Características: seu poder adoçante é 600 vezes maior do que o açúcar e se mantém estável em altas e em baixas temperaturas.

Xilitol
Não possui contraindicações. Além de adoçar, a substância possui outras utilizações:
— Recentes pesquisas têm sugerido que o xilitol possui aplicações clínicas, sendo indicado para a prevenção de cáries, tratamento de diabetes, desordem no metabolismo de lipídeos, lesões renais e parenterais, bem como na prevenção de otite, infecções pulmonares e osteoporose — enumera Francisca. No entanto, deve-se observar a dose diária de 60 gramas e em porções espaçadas, pois o excesso pode resultar em um efeito laxativo.
Composição: na natureza o xilitol pode ser encontrado em frutas, vegetais e cogumelos em concentrações muito baixas, por esse motivo, a obtenção de xilitol a partir dessas fontes é feita pela hidrogenação da D-xilose presente na matéria vegetal.
Características: ideal para substituir o açúcar e tem elevada estabilidade química e microbiológica.


Fonte: ZH Vida e Estilo